A bela morena de olhos verdes, aquela que circula pelo Pilotis da PUC espalhando sorrisos e deixando a todos, inclusive o próprio Kennedy, boquiabertos, veio em minha direção. Parou na minha frente e me dirigindo à palavra (sim, é verdade, falou comigo. Fiquei tremulo.), com um toque de sensualidade e tom de imposição , disse:
– Sou possessiva. Quero uma crônica só pra mim.
Eu, mortal, paralisado, maravilhado, bobo, gaguejei. Não falava coisa com coisa, não havia nexo no meu raciocínio. Não respondi a pergunta, não disse nada. O óbvio nunca fora tão obscuro. Pois saiba, para você, morena, todas as homenagens seriam poucas, todas as crônicas seriam superficiais, todos os poemas seriam de amor. E eu, como escritor, poeta, homem, sei o que qualquer escritor, poeta, homem sabe: Em termos de mulher, a loucura e a paixão são as normas.
É por isso que se, um dia, eu negar o meu Deus, e junto com ele tudo que eu acredito, será por um bom motivo, um motivo nobre,justo e lógico. Será em prol de um rosto bonito e um belo par de coxas. E para a bela morena de olhos verdes, um aviso: Estou ateu.
(1996)
* Denys Presman é jornalista e brasileiro
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eu sei quem é esta vagabunda.
sem mais.
A gente para. Gasta um tempo e escreve um texto para uma moça bacana, bonita, gente boa. E aí vem o Guto e fala um monte merda sem verdade.
Este é o Guto.
nada mudou