Eu estava naquele livro. Já estava tomando uísque. Não era o mesmo uísque. Pelo menos algo havia mudado na cena em questão: minha dosagem alcoólica. Isso, lógico, na ótica do leitor.
Minhas reações, porém, poderiam ser consideradas as mesmas. Lentas. E os motivos de eu estar ali vendo o tempo passar ainda me fugiam ou não me importavam.
Percebi que tocava uma musica, talvez sempre tivesse tocado. Mas pelo meu tédio atribui o som a parte do cenário.
O barman sorria ao me ver ali. A cada página devorada pelas dezenas de leitores, seu bolso aumentava. Sempre fui bom em gorjetas.
Pequena pausa. Novo looping na musica. As mesmas pessoas entram no bar. Começam a reler a mesma pagina. Tédio. Estou vivendo a mesma situação. Não tenho controle. É a vida.
** Denys Presman é jornalista e brasileiro
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