Morte na estrada

Posted: 2nd janeiro 2011 by Denys Presman in Poesia
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O poeta sozinho morreu na estrada.

Não quis viver,

desfez-se de letras e palavras,

chorou sem lágrimas,

sorriu sem dentes,

castrou a mão e não findou o percurso.

O poeta sozinho não completou o caminho.

Negou-se a vida,

desfez-se de emoção e sentimento

só ficando com desilusão e tormento.

Chorou sem lágrimas,

sorriu sem dentes,

procurou o sentimento, não achou,

prendeu as mãos e não findou o percurso.

O poeta sozinho nunca andou.

Paralítico e preguiçoso,

não achava as muletas.

Desfez-se das muletas.

Chorou sem lágrimas,

sorriu sem dentes,

olhou pros lados, não viu nada,

sangrou as mãos e não findou o percurso.

O poeta sozinho morreu na estrada.

Solitário, não tinha por que viver.

Não quis viver.

Desfez-se de letras e palavras,

chorou sem lágrimas,

sorriu sem dentes,

castrou as mãos e não findou o percurso.

* Denys Presman é jornalista e brasileiro

-> Na lista abaixo está  a resposta da poesia para o poeta em “Paixão de Poesia”

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  1. Jonas disse:

    Gostei muito do poema e postei no meu tumblr, parabéns