Não é como as outras. Acreditem! Ouso dizer que nunca vi ninguém mais bela.
Serena. Ela gosta do privado, do tranquilo. Isso é o jeito dela, o charme dela!
Oro para que nunca mude.
Na real? O que faz dela especial, única… é porque ela voa. Meu Deus, ela não se limita apenas a terra ou ao mar. Ela é ar!
Dela é o céu. Embarco seguro nesta viagem. Levo sonhos, ilusões na bagagem de mão. Antes de aterrissar, aperto o cinto, e, sorrindo, sei que cheguei ao meu destino.
Simples, Nunca vi ela sorrindo. Mas ela vibra. Sim, ela guarda, Ela corrói, Sente e explode. Intensa, de uma vez só… Aos 43 minutos do segundo tempo. Pra que o sorriso? É o ai Jesus!
Mas no canto da boca, Na curva do lábio, no ângulo. Maroto, Escondido, Tem um riso. É o maior prazer. Um sorriso? Não, um deboche. É ela, é dela. É gol, é festa na favela.
Sozinha? Que engano.
Sempre amada! É a mais cotada.
É a mais querida.
Partida perdida?
É diferente do óbvio.
Incrível! Incrível!
Toca música.
É pra ela! É dela!
Acha que não é nada? Haha
Comemora a mulambada!
Flamenguista, Rubro-negra, Bem vestida, Consagrada. Há quem nela veja Uma beleza. Força da natureza. Troveja, venta e relampeja. Muito mais intensa que um sorriso. E se faltasse ela no mundo. Ah, que desgosto profundo.
Confesso: tenho medo do comercial da “Bia” do Bradesco. Acho que “ela” vai assumir o controle dos eletrodomésticos e matar todo mundo. Mas, no fundo, no fundo, a gente já sabia que este dia ia chegar.
Um pouco antes de dormir, um casal conversa na cama. Ela pergunta as horas, ele pede para ela ver no celular dele. Pequeno silêncio.
– Amor, quem é Bia?! – Como assim? Bia? – Sério, quem é Bia? – Sei lá quem é Bia. Tá desconfiando de mim? – Não… mas você conheceu alguma Bia nas reuniões em São Paulo? – Você tá maluca?! – Olha como você fala comigo. Te peguei na mentira. Tem um monte de ligação aqui com DDD 011 de uma tal Bia. Como você explica isso? – Eu não sei, de São Paulo só tenho falado com o Bradesco. É isso, amor, é o robô do Bradesco! Você tá com ciúmes de um robô… como você é boba! – Ahhhhh desculpe, amor. Posso fazer algo para recompensar?
Luzes se apagam, beijos trocados, o clima esquenta, sexo de reconciliação. Pequenos gritos, gemidos, tudo vai se acelerando…… quando….
O politicamente correto pede que se explique que o autor desta singela crônica é um judeu, então pelas convenções e tratados internacionais está autorizado a fazer piadas com judaísmo.
Situação 1 – Judeu otimista As máquinas ganharam consciência e querem mexer com o nosso dinheiro. – Meu Deus e agora? Bora comprar ações das máquinas.
Situação 2 – Judeu entendendo a situação As máquinas ganharam consciência e querem mexer com o nosso dinheiro. – Quem foi que orou para um Bezerro de ouro?
Situação 3 – O Judeu propagandista As máquinas ganharam consciência e querem mexer com nosso dinheiro. – Se não confia em máquinas, confie em Jacó! As melhores taxas do mercado humano.
Situação 4 – O Judeu visionário As máquinas ganharam consciência e querem mexer com o nosso dinheiro. – Com licença Bia, você é Sefradi ou Ashkenazi? Meu filho Jacó é religioso e está solteiro.
Situação 5 – O Judeu em crise existencial As máquinas ganharam consciência e querem mexer com o nosso dinheiro. – Deus, acho que temos muito que conversar no Yom Kipur.
Situação 4 – O Judeu Ateu As máquinas ganharam consciência e querem mexer com nosso dinheiro. – Deus não existe e eu já sabia!
Sabe o significado de saudade? Não é fácil, nem simples. É um vazio no peito e uma coceira na mente. É olhar e não ver. Mas sentir que estava ali. Perceber um cheiro, ouvir uma voz que não existe naquele momento. Ver uma miragem e torcer pra não evaporar. É esvaziar um pouco a vida. É desejar. A saudade é esperança de ver de novo, de viver de novo. Estou com saudade.
A vida é muito curta pra gente não tentar realizar nossos sonhos. Não pense duas vezes: faça. Tente. Tente de novo… e mais uma vez. Se não der certo, cerveja!
Completou agora 30 anos que o Vasco da Gama não vence uma final de campeonato sobre o Flamengo. Eu lembro da última vez que isso aconteceu. Eu estava naquele Maracanã. Foi um jogo daqueles que marcam. Gol folclórico, no fim, de jogador lembrado apenas pelo seu apelido. Cocada entrou, marcou e foi mandado embora pelo juiz. Fim da história.
Fim mesmo. Pois nestes 30 anos, aquela cena, aquela alegria cruzmaltina não se repetiu. Desde então, muitas finais, uma até nacional. E… bom… só deu Mengão.
Graças a Deus, eu também estive presente em todas estas grandes vitórias. Gol do Rodrigo Mendes, gol do Pet. Cantei que o Obina é melhor que o Etoo in loco. Acho até que a piada já acabou depois que vencemos com um gol do Marcio Araujo (repito, Marcio Araujo), em impedimento aos 47 minutos do segundo tempo. Não sei mais o que pode ser “escrito” nesta história…
É um tabu gigantesco em finais. Talvez nenhum outro grande time no mundo tenha imposto um jejum tão severo a um de seus maiores rivais. São trinta anos. Chega até a ser ruim pra história do clássico. Diminui o rival, diminui a rivalidade. Mas… quem se importa?
Na minha memória de torcedor acredito que consigo estabelecer o momento que deu origem a toda esta freguesia. Amigos vascaínos, a culpa é de vocês. Vocês brincaram com os deuses ao tirar o Bebeto do Flamengo, naquele longínquo 1989.
Ele era o xodó da Gávea, o mais promissor “novo Zico” que havia surgido até o momento. A torcida sentiu, os jogadores sentiram. O Flamengo ficou triste. Perdemos um dos nossos. Isso não ia ficar assim, lógico que não.
Naquela época o “folclore” ainda reinava no futebol. As disputas iam muito além das quatro linhas, muito além da rivalidade física. Era coisa de mandinga, de magia e fé. Pelo lado, do Vasco, Pai Santana fazia das suas e decretava vitórias do clube de São Januário. Já Pai Mineiro era o representante rubro-negro para assuntos espirituais. O duelo dos dois foi retratado inúmeras vezes nas reportagens dos jornais.
A saída do Bebeto foi um grande trauma de toda uma geração de torcedores. Incomodou também o nosso Pai Mineiro, que foi categórico: o baiano não iria fazer gol em cima do Flamengo, o Vasco não iria ganhar com ele em campo e também não seria campeão em cima do Mengão.
E veio o primeiro jogo do Bebeto contra o mais querido: Bujica 2, Vasco zero e o jogador expulso.
Em 1990, Pai Mineiro aliviou um pouco para o Vasco. O time da colônia portuguesa estava liberado para empatar contra o Flamengo. Mas Bebeto não iria fazer nenhum gol. Resultado que realmente aconteceu.
Por último, ele deixou na mão dos orixás. Vasco podia ganhar partidas, Bebeto podia fazer gol.
Acontece que o tempo passou e Pai Mineiro faleceu. E, não sei se de propósito ou apenas por descuido, esqueceu de liberar o Vasco de ganhar finais. Trinta anos depois e aqui estamos. Só faltou o Maracanã lotado cantando parabéns pra você.
SRN
Esta crônica é uma licença poética sobre os fatos.
Não será uma invasão. Não! Pois os milhares de torcedores já moram lá. A maior parte do Flamengo, alguns do Fluminense. Que juntos vão mostrar a São Paulo o que é um Fla x Flu. O clássico carioca pega emprestado um estádio paulista, o estádio paulista. E a um dia do jogo, já é possível ter ideia de toda a grandeza que envolve a partida: filas, 20 mil ingressos vendidos antecipadamente (quase o dobro do Palmeiras e São Paulo de semana passada), provocações de agremiações paulistas, inveja.
Curioso, já vimos times invadirem uma cidade. Centenas de ônibus para organizadas. Viajar é divertido, faz bem pra alma. É fácil e todo mundo gosta. Difícil é ser torcedor que paga IPTU, que nasce, trabalha e vive em um local que não é a do seu time do coração.
O Flamengo subverte a ordem. Os torcedores não viajam para ver o Flamengo. O Flamengo viaja para ver os seus torcedores.
Queiram ou não queiram o clube rubro-negro da Gávea é a quinta maior torcida de São Paulo e chegando na do Santos. É normal quem torce para times de lá tentar diminuir. Sentimento pequeno, mas é bom repetir, normal. Humano. De quem não quer admitir o quanto o outro é gigante.
Mas agora, este Fla x Flu no Pacaembu não deixa dúvidas da força de uma torcida, de um time, de um clássico. Um confronto mágico, sempre se reinventando e impressionando a todos. Este é o Fla x Flu da garoa, mostrando o óbvio a São Paulo, que Fla x Flu é Fla x Flu.
Tento entender o tempo,
mas ele está sempre a minha frente.
Olho pra trás e já passou.
Sigo adiante.
Ainda falta.
Paro um instante, respiro.
Entendo por um segundo.
Passa.
Foge logo.
Longe.
Já é amanhã.
Depois de amanhã.
Depois de depois de amanhã.
E de repente volta, pra desespero, o ontem.
Que me faz não perceber,
nem ver,
nem viver o hoje.
Tão difícil de entender o tempo.
E pior, não passa.
Não passa.
Gosto de histórias de amor. Gosto de histórias. E talvez a que conta como a gente conheceu o grande amor seja o maior patrimônio dos apaixonados. Aquela que se repetirá por anos e anos até culminar no “papai, mamãe, como vocês se conheceram?” Esta é a que vale. É a que fica. É o grande orgulho.
Acredito que para quem tem boas histórias, o melhor de tudo é poder dividir, contar, passar adiante. Rir. Até ouvir de quem você ama: “Esta eu já conheço”. De certa forma quem te ama tem que saber de cor e salteado as suas histórias.
Mais do que histórias de amor, gosto de histórias de vida. Daquelas que a gente se orgulha, de quem constrói, de quem faz o bem, de quem muda a nossa realidade. Histórias…. falo do corriqueiro, do simples, do dia a dia e também do grandioso, do improvável. As que se contam tomando um cafezinho, ao pé do ouvido ou empolgado em uma mesa de bar.
Gosto de gente. Gosto de sentar e conversar, de ouvir. Gosto até de história de taxistas, que estão sempre ouvindo histórias dos outros. É o milagre da multiplicação.
E não é que acabou de chegar a mim uma história daquelas? Engraçada, bonita, que faz a gente pensar e até sonhar. Coisa de cinema. Que história! Vocês precisam ouvir também. Tem um pouco de tudo. Estou me coçando para contar. Mas pasmem: não vou. Tão bom quanto contar uma boa história, é deixar pessoas curiosas, por pura pirraça.